quinta-feira, 29 de agosto de 2013

                                

A pele dos lagartos: como eles se revestem?


  Sem sombra de dúvidas, a pele dos lagartos representa uma das maiores causas do preconceito humano com relação a estes animais. Ora, quem nunca ouviu frases como: “Que bicho asqueroso!”, “A pele dos calangos é áspera, repugnante!”, “Eles são escamosos, grosseiros!”? Inclusive nos dicionários de língua portuguesa, pode-se encontrar esta relação: escamoso = desagradável, repugnante, intragável. Entretanto, há quem admire e aprecie o tegumento destes animais.
  Da mesma forma que em outros vertebrados, a pele dos lagartos é composta por duas camadas, uma interna, denominada derme, cuja origem é mesodérmica, e outra externa, a epiderme, cuja origem é ectodérmica. No entanto, daremos prioridade a esta última, uma vez que é ela a perceptível aos sentidos humanos e, consequentemente, a promotora das tão variadas impressões e sentimentos.
  Biologicamente, o tegumento desenvolve diversas e importantes funções, como proteção contra impactos mecânicos, proteção contra desidratação, regulação da temperatura corpórea, além de constituir um órgão sensorial, promovendo a sensação táctil. Inclusive do ponto de vista evolucionário, sem dúvida alguma o desenvolvimento de um tegumento impermeável foi importantíssimo para que os vertebrados se tornassem independentes do meio aquático e dominassem o ambiente terrestre a cerca de 200 milhões de anos atrás. Entretanto, nenhum destes aspectos é tão importante para a relação entre humanos e lagartos quanto à constituição, forma e textura da pele destes animais.
   A superfície da pele dos lagartos encontra-se ornamentada por especializações epidérmicas, chamadas escamas. As escamas são lâminas de queratina, famosas por seu aspecto áspero. 
As escamas são caracteristicamente distintas entre as espécies. Por exemplo, as “lagartixas” apresentam predominantemente escamas granulares, diminutas e em sua maioria lisas, formando uma pele mais “delicada”, por vezes quase translúcida, que permite a visualização de estruturas corpóreas internas. Por outro lado, o corpo de grande parte dos “calangos de parede” contém escamas ornamentadas com quilhas, que atribuem um aspecto áspero.
Além dessa variação interespecífica, há também variação entre as diferentes partes do corpo. Por exemplo, as cristas dorsais das “iguanas” são constituídas por longas escamas aciculares que formam verdadeiras serrilhas de “espinhos”, diferenciando-se amplamente das demais escamas corpóreas. Nas “lagartixas”, as microestruturas sob os dígitos (setas) são adaptadas à aderência ao substrato, formando estruturas especializadas, denominadas lamelas infradigitais (Figura 01). Além disso, as escamas ventrais dos lagartos tendem a se diferenciar das dorsais, geralmente sendo mais lisas, o que facilita o deslizamento no substrato. As escamas cefálicas também apresentam especializações, sendo mais comumente conhecidas como escudos cefálicos, por serem mais amplas, achatadas e justapostas, comportando-se como verdadeiros “escudos” 
Por: Anthony

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